A história da "índia Murinin"

Fatos interessantes marcam a história de localidades do Pará, e num contexto bem tupinambá está a de uma localidade [distrito] do município de Benevides, na região metropolitana da grande Belém, aonde a viagem vai para 1864, na Guerra do Paraguai. Segundo relatos, essa guerra marca o último drama dos remanescentes, naquela época, Tupinambás, onde foram obrigados a se transformarem em simples agricultores e oleiros.
A história diz que o cacique dessa determinada tribo foi mandado para a guerra para lutar pela Tríplice Aliança: Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai, entre os anos de 1864 e 1870, onde os paraguaios buscavam um caminho até o oceano Atlântico, este acabou morrendo em combate, e o medo que os últimos guerreiros da nação tupinambá fossem através da guerra reduzidos a escasso número, caçados e enviados à guerra, a esposa do cacique resolveu convocar um reduzido grupo da tribo para se embrenhar na mata, e seguir de floresta a dentro à procura de um lugar distante para que não fossem capturados e partiram cada vez mais para o interior da floresta. Diz a história que encontraram um lugar, onde o denominaram de paraíso, ali caçavam, pescavam, estavam fora do alcance da guerra e após esta, já no advento do século XX, restou uma remanescente destes tupinambás, uma velha guerreira, chamada de Murini, na verdade, não se sabe de fato, se o nome era assim, sem o (n) no final e, posteriormente, foi acrescentado pela pronuncia dos que procuravam a "velha índia", importante artesã na localidade na época. Esta tinha sua oca, segundo relatos, construída às margens de um igarapé denominado de Pequiá, situado nos tempos de hoje próximo ao templo da Assembleia de Deus do Murinin, onde virou um córrego.
A matriarca tupinambá se tornou uma especialista em manipulação de barro, produzia alguidares, panelas, bilhas, pratos e outros utensílios utilizados na época. Reza as histórias, que as pessoas costumavam dizer, quando precisavam de alguma peça: “Vá lá na Murinin comprar...”. Logo, a "velha índia" era uma referência local, transformando-se em um nome (topônimo) ao lugar onde habitou e refugiou o que sobrou de seus descendentes. Essa foi considerada, segundo histórias, como a última guerreira dos tupinambás maguarises.