Barcarena e a região metropolitana de Belém

Porto de Barcarena

Considerado um município estratégico não somente dentro da região baixo-tocantina, contudo também dentro da região metropolitana da grande Belém, onde foi incorporado em 2023, Barcarena passou a fazer parte da RMB em abril do ano citado, através da Lei Complementar nº 164, aprovada pela Assembleia Legislativa do Pará e sancionada pelo governador. Anteriormente, o município já fazia parte da microrregião metropolitana de Belém, desde 1990.

Segundo a história do município, os seus primeiros habitantes foram os índios Aruans, os mesmos que, durante a colônia, foram catequizados pelos padres jesuítas. O povoado foi elevado, em 1758, à categoria de freguesia, sob a invocação de São Francisco Xavier de Barcarena, não havendo registros históricos mais exatos. Sua história se acha bastante vinculada, até os primeiros trinta anos de século XX, aos acontecimentos políticos-administrativos e territoriais do município de Belém.

Segundo seus historiadores, o nome desses municípios se originou da presença, no assentamento populacional, de uma grande embarcação que havia sido batizada como “Arena”, e à qual os habitantes do lugar chamavam de barca. A junção das duas palavras fez com que a localidade ficasse conhecida com Barcarena.

O processo de industrialização de Barcarena teve início no final da década de 1970 e início da década de 1980, com o desenvolvimento do Complexo Industrial de Barcarena. Este projeto, impulsionado pelo governo militar, visava transformar a região em um polo de produção de alumínio e outros bens industriais, aproveitando os recursos naturais locais, como a bauxita. A implantação do complexo industrial envolveu a construção de infraestrutura, como portos para escoamento da produção, e a instalação de empresas como a Albras (em 1985) e a Alunorte (em 1995). A região passou por um intenso processo de urbanização e migração de pessoas de diversas partes do país, buscando oportunidades de trabalho nas novas indústrias.

O Complexo Industrial de Barcarena abriga atualmente empresas de diversos setores, incluindo a produção de alumínio, caulim, alumina e cabos para transmissão de energia. Essa concentração industrial, no entanto, tem sido marcada por impactos socioambientais significativos, como desastres ambientais, poluição e conflitos com comunidades locais.

Possui uma população estimada em 126.650 habitantes, conforme dados do IBGE de 2022. Essa população reside em uma área territorial de 1.310,338 km², resultando em uma densidade demográfica de 96,65 hab/km².

O rio Murucupi, localizado em Barcarena, é um curso d'água que enfrenta sérios problemas ambientais, incluindo poluição e contaminação. Sua extensão abrange áreas como o distrito industrial, Vila dos Cabanos, Laranjal, São Lourenço, Boa Vista e deságua no furo do Arrozal. O rio já foi descrito como "morto" devido ao alto nível de poluição.

O rio é um dos corpos hídricos que compõem a hidrografia de Barcarena, juntamente com outros rios como o Arienga, Arapiranga, Barcarena, Itaporanga e Dendê, além de igarapés e furos. A região onde o rio se encontra é conhecida por atividades industriais e portuárias, que contribuem para a degradação ambiental do rio.

Um vazamento da Hydro, ocorrido em fevereiro de 2018, mais especificamente entre os dias 16 e 17, agravou a situação do rio, que já enfrentava desafios significativos. Estudos adicionais são necessários para avaliar a condição atual do rio Murucupi e buscar soluções para a recuperação ambiental.

Os municípios que fazem fronteira com Barcarena são: Belém, Abaetetuba, Acará e Moju. Além desses, Ponta de Pedras também faz limite com Barcarena, mas apenas por via fluvial.

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Bárbara Silva

Colunista

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