A comunicação de Marituba, uma viagem no tempo

Ilustração ANF

Que Marituba é terra de talentos, pessoas de fora do município sabem disso, e encorajados por esse pensamento externo, que os profissionais de comunicação do município pautaram para este ano, a busca na câmara municipal de Marituba, de um projeto de lei que dê a esses profissionais o reconhecimento devido, que o “Dia do Comunicador Maritubense”, alusivo à comunicação local, seja criado, ou seja, um reconhecimento também interno, em sua terra, onde a história do município, uma época não se perca, não fiquem em vão.

Os segmentos da comunicação podem ser entendidos como as áreas ou categorias dentro do amplo campo da comunicação, cada uma com suas características e propósitos específicos, e Marituba parece ser um celeiro desses profissionais, em não tem como falar de comunicação mariaura, palavra até criada pelo autor do hino de Marituba, Luiz Dilton, sem narrar um pouco da história da comunicação maritubense ou mariaura.

O foco inicial e mais reluzente está para o final da década de 70 e início dos anos 80, quando nos lembramos do saudoso José Alberto Souza Santos, popularmente conhecido como “Cara Fina”, afinal foi ele que começou com as chamadas na época “Boca de Ferro” pelo Mercado Central de Marituba. Diríamos foi o precursor da comunicação sonora em postes na antiga vila, com ele se tinha publicidade no “gogó” dos comércios, utilidade pública e músicas. Nesse período, os “alto-falantes" amarrados em postes eram um meio de publicidade, eram também apelidados de rádio cipó (no Pará, "rádio cipó" se refere a rádios comunitárias que utilizam postes como torres para amplificar seu sinal, divulgando música e notícias locais). Sua voz diferenciada, apesar de não ser grave, requisito para a época, ecoava pelas “Bocas de Ferro”, e por elas também passaram a de Beto Carlos e Edilson Reis (ambos in memoriam).

Já pelo Decouville, isso no final da década de 80 e início dos anos 90, inicialmente com o mesmo formato da “rádio cipó” do mercado central, surgiu a Wille Publicidade, idealizada por Zeca Santiago (in memoriam). Nessa época, essa área que é um bairro do município de Marituba hoje, era administrada pela prefeitura de Benevides, e na área, a Wille esteve em atividades por muitos anos, chegando também a prestar serviço em outdoors, foi a pioneira nessa atividade no território onde é hoje o município de Marituba. José Felipe Santiago, ou simplesmente Zeca Santiago, foi vereador e vice-prefeito de Benevides e pai de Bruno Santiago.

Nesse contexto de sonorização local, não podemos esquecer das aparelhagens que marcaram também a história de Marituba, as épocas de 70 e 80, onde a aparelhagem Eletrônico, do famoso barbeiro Manoel Cunha fazia os agitos pelas festas nas periferias da antiga vila e históricas festas juninas no Mercado Central, todavia, também tocou muito pelo interior do estado. Outra aparelhagem já nas décadas de 80 e 90 que fez a sua história, foi a Flamengo, esta de propriedade de Edilson Reis (in memoriam), onde aparecia para o público, o DJ Júnior (in memoriam), filho do saudoso Edilson Reis.

Em meados da década de 90, outra que marcou no cenário das grandes aparelhagens do Pará, foi a Meteoro, que teve como DJ Júnior, este que fez tanto sucesso na Meteoro, num momento de ascensão e formação dos DJs de aparelhagens no Pará, foi então, que Júnior passou a ser chamado de o “Considerado” e dela foi para a “Nave do Som”: Rubi. O termo DJ é a abreviação da palavra em inglês Disc Jockey que se refere à pessoa que seleciona e toca músicas gravadas, geralmente em eventos, festas, rádios ou outros locais onde a música é reproduzida, na década de 80 e início dos anos 90, o termo DJ era usado para quem colocava discos vinis para tocar em festas bem dançantes (internacionais) e fazia malabarismo no disco com os dedos, nesse período se usava mais a palavra em inglês: “Disc Jockey”. O termo DJ se popularizou no Pará nas aparelhagens.

E quando o assunto é DJ ou Disc Jockey, Marituba no final da década de 80 e até os dias de hoje tem dois grandes talentos que agita as festas naquele velho estilo de fazer malabarismos com os dedos nos discos vinis, trata-se de Antônio Betuel e Alan Lins, estes com nomes renomados nacionalmente, onde já fizeram shows fora do estado.

Dessa feita, a Comunicação é o processo de transmitir e receber informações, ideias, sentimentos e significados entre duas ou mais pessoas ou grupos. Envolve não apenas a fala e a escrita, mas também gestos, expressões faciais e outras formas de interação não verbal. O objetivo da comunicação é compartilhar informações e conhecimentos, estabelecer conexões e influenciar o comportamento.

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Jece Cardoso

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